A doença de Alzheimer pode ser um “efeito colateral” ocasionado pela evolução do cérebro do homem, ao menos segundo as conclusões de um estudo publicado nesta semana, no periódico Journal of Alzheimer’s Disease. De acordo com a pesquisa, a doença está associada à vulnerabilidade de uma determinada região do cérebro responsável pela cognição.
A pesquisa, feita pelo Centro Nacional de Investigação sobre a Evolução Humana, na Espanha, estudou a doença em sua fase inicial. De acordo com o trabalho, nessa etapa, o Alzheimer é caracterizado por um defeito metabólico no lobo parietal do cérebro — uma região do órgão responsável pela capacidade cognitiva e que diferencia o homem dos outros animais, inclusive dos demais primatas.
O desenvolvimento dessa área do cérebro, que não é encontrada em outras espécies, é considerado pelos pesquisadores como a maior mudança no cérebro humano nos últimos cinco milhões de anos. Os autores sugerem que a vulnerabilidade dessa região cerebral esteja associada à origem da espécie, pois o desenvolvimento do lobo parietal nos humanos modernos influenciou a organização espacial do cérebro, provocando mudanças na vascularização e no controle de energia, o que torna essa área sensível aos danos metabólicos relacionados à doença.
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