A geologia, já o tenho afirmado e não é demais repetir, não pode deixar de ter uma dimensão cultural ao dispor de toda a gente. Os professores devem ter consciência desta realidade quando se dirigem aos seus alunos. Não estão só a fornecer bases para eventuais profissionais em geologia (sempre raros ou inexistentes numa qualquer turma escolar), estão, sobretudo e na maioria dos casos, a formar cidadãos para quem essas bases são fundamentais em termos de preparação global. Assim, o ensino do programa oficial deverá ser tornado atraente com elementos culturais ligados ao quotidiano dos alunos. As amarras do programa oficial e o obediente e acrítico manual escolar contrariam qualquer acção dos bons professores, no que toca o ensino vivo da disciplina. Porque não um programa mais flexível? Um programa que deixe, por exemplo, às escolas dos Açores ensinar vulcanismo a sério, sabendo-se como se sabe que qualquer das ilhas é um laboratório rico de extrema utilidade pedagógica, completamente desaproveitado.
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