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Fatores externos como alimentação e hábitos do dia a dia influenciam muito na prevenção.

Geralmente, os dias frios despertam atenção para o aumento das doenças respiratórias, porém, as baixas temperaturas trazem outro alerta, os infartos e AVC’s. Nesta época do ano, é maior o risco de complicações cardiovasculares, segundo o cardiologista Abrão Melhem, de Guarapuava. “Neste período, temos um aumento na incidência destas duas condições agudas porque há uma contração das artérias mediada pelo frio, e ocorre, ainda, aumento da pressão arterial”, disse. 

O que acontece é que o organismo libera substâncias que fazem com que as artérias se contraiam para reter mais calor e ajudar o resto do corpo a enfrentar as baixas temperaturas. Em contrapartida, esse mesmo mecanismo aumenta a espessura dos vasos sanguíneos. Isso dificulta a circulação e aumenta consideravelmente o esforço que o coração precisa fazer para bombear sangue.

Melhem explica que fatores externos também colaboram com este aumento da incidência de infarto no inverno, e um deles é a alimentação. “As pessoas tendem a mudar a alimentação, dando preferência para alimentos gordurosos e doces, bebidas com álcool e algum abuso de sal”, disse. Além disso, acontece também uma diminuição na atividade física durante este período do ano.

Os que mais sofrem com as baixas temperaturas são idosos e hipertensos mal controlados, que podem ter mais complicações porque estão mais susceptíveis ao aumento da pressão arterial e transtornos de coagulação sanguínea. 

Além disso, os estresses do cotidiano acompanhados de outros fatores de risco, como diabetes, tabagismo, alto índice de colesterol, sedentarismo, obesidade e histórico familiar de problemas coronarianos podem levar uma pessoa ao infarto, independente de idade ou sexo.

O cigarro é o maior fator de risco de todos. O fumo aumenta cinco vezes o risco de infarto. A nicotina é um vaso constritor (provoca contração) que reduz o calibre dos vasos sanguíneos e produz lesões na parede que recobre internamente esses vasos. Segundo o Ministério da Saúde, o tabagismo é responsável por 25% das mortes no país causadas por doença coronariana (angina e infarto do miocárdio) e 45% das mortes na faixa etária abaixo de 65 anos por infarto agudo do miocárdio. Tão importante, que a eliminação do cigarro reduz a mortalidade por infarto em 35%. E se reduzir a obesidade e controlar o diabetes, conseguimos diminuir a mortalidade em 80%.

Diante disso, é importante estar atento aos sinais do corpo, para poder reconhecer um possível infarto ou AVC. Alguns ataques cardíacos, por exemplo, são tão súbitos e intensos que os sintomas são muitas vezes facilmente reconhecidos pela dor intensa, o desmaio, o aperto no coração. Outros são fulminantes, não deixando muitas vezes chances de atitude. Porém, alguns se instalam lentamente, com dor leve ou apenas desconforto que podem ir piorando gradativamente. Frequentemente, essas pessoas demoram a perceber o que está acontecendo, já que, em alguns casos, há sintomas que podem ser confundidos comos sinais de outras doenças.  

Já em caso de AVC, alguns dos sintomas acontecem por um curto período de tempo e então desaparecem. Tal ocorrência pode estar relacionada a um ataque isquêmico transitório. Esses ataques são muito importantes, pois sinalizam um risco grande de AVC e devem ser considerados também emergência médica.