Sexta-Feira, 2024-04-26, 16:30:50Main | Sign Up | Login

Site menu

LogIn

Biologia

Geologia

Procura

Artigos
Main » Articles » Biologia » BioNotícias

Onças-pintadas sobrevivem em árvores durante cheia na Amazônia

A cheia dos rios da Amazônia, que deixa submersa parte da floresta por ao menos três meses ao ano, altera o comportamento das onças-pintadas que vivem na região. Acostumadas ao seu habitat original, que é o chão, nos períodos de inundação esses animais passam a viver “nas alturas”, sobre árvores que têm entre 20 e 30 metros de altura, onde criam seus filhotes e se alimentam de macacos e preguiças, até que a inundação retroceda.

 

A descoberta foi feita pelo pesquisador Emiliano Esterci Ramalho, pesquisador do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, que é responsável pela administração de uma imensa área protegida no interior da Amazônia, localizada a 650 km de Manaus.

Desde abril do ano passado, Ramalho observa esses felinos amazônicos e se surpreendeu com a capacidade de adaptação da espécie, considerada vulnerável na natureza, de acordo com a União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês).

 

Estima-se que 10 mil onças-pintadas vivam na Amazônia, 500 delas apenas no interior da reserva. A população caiu 10% nos últimos 27 anos, em razão da fragmentação do habitat e desmatamento, segundo um estudo recente.

 

Do buxixo à comprovação

 

O pesquisador acompanha oito onças-pintadas, quatro machos e quatro fêmeas, que receberam uma coleira com GPS.

O foco inicial do trabalho era saber se os mamíferos saíam da área da reserva para locais secos. A região é considerada a única área de floresta exclusivamente de várzea.

 

Após ouvir relatos de moradores que teriam visto as onças em cima das árvores nas áreas alagadas, ele resolveu investigar e comprovou a alteração.

 

“É uma descoberta interessante, porque é um comportamento que não tinha sido descrito para um felino de grande porte como a onça-pintada. Não só ressalta a flexibilidade ecológica desse animal, como a importância de manter preservada as florestas de várzea da planície de inundação da Amazônia”, explica Emiliano. O material deve ser publicado em breve em uma revista científica.

 

Turismo sustentável

 

Entre abril e junho, os rios que integram a Reserva Mamirauá sobem cerca de dez metros devido ao ciclo da cheia amazônica. É neste período que as onças sobrevivem entre os galhos dos apuís, uma árvore cheia de ramificações, que formam uma trilha seca para que esses felinos continuem a caçar e criar seus filhotes enquanto não conseguem voltar para o chão.

 

Por não se sentirem ameaçadas com a presença humana, o pesquisador conta que teve início na última semana um projeto de observação dessas onças. O objetivo é fomentar uma estratégia de conservação na reserva. O dinheiro arrecadado vai auxiliar a população ribeirinha e dará continuidade a pesquisas com esses carnívoros.

Os primeiros turistas a realizarem a visitação foram um brasileiro, um inglês e dois alemães. Cada um desembolsou cerca de R$ 6 mil. A observação é feita de maneira silenciosa, em canoas, ao longo de três dos sete dias incluídos no pacote.

 

"A ideia é realizar um turismo de baixo impacto. Vamos seguindo os animais com equipamento de telemetria, sem fazer barulho. O que for arrecadado vai nos ajudar a financiar estudos vinculados ao turismo", explica Emiliano, doutor em ecologia e conservação.



Source: http://www.alagoas24horas.com.br/conteudo/?vCod=203155
Category: BioNotícias | Added by: Manso (2014-06-09)
Views: 237 | Rating: 0.0/0
Total comments: 0
Only registered users can add comments.
[ Sign Up | Login ]
Copyright MyCorp © 2024 | Make a free website with uCoz