A história de sucesso dos percevejos-de-cama tem pelo menos 3000 anos de registos arqueológicos, mas estes insetos terão passado dos morcegos para os humanos há mais tempo. Ao longo da Idade Média e dos séculos seguintes, há registos históricos destes insetos na Alemanha, na França e na Inglaterra, mostrando uma expansão. No início do século XX, estes parasitas eram uma constante no mundo ocidental, mas o uso de inseticidas após a II Guerra Mundial parecia ter posto um fim a esta praga. Nos últimos 20 anos, tudo mudou e houve um ressurgimento dos percevejos. A resistência aos inseticidas, o turismo e a compra de móveis em segunda mão são algumas das razões apontadas.
Agora, duas equipas independentes sequenciaram o genoma do inseto, revelando os genes que podem estar associados às novas resistências, assim como os genes importantes para a digestão do sangue, o seu alimento exclusivo. Os dois trabalhos foram publicados recentemente na revista Nature Communications.
“Os percevejos-de-cama quase desapareceram do quotidiano humano na década de 1940 por causa do uso generalizado do [diclorodifeniltricloroetano, o famoso] DDT. Mas, infelizmente, o seu uso excessivo contribuiu para questões de resistência tanto nos percevejos como noutros insetos que provocam pragas”, diz Louis Sorkin, zoólogo do Museu Americano de História Natural, em Nova Iorque, e autor de um dos estudos, que envolveu várias instituições norte-americanas e uma holandesa. “Hoje, uma grande percentagem de percevejos-de-cama tem mutações genéticas que os torna resistentes aos inseticidas usados normalmente nas batalhas contra as pragas. Isto torna o controlo dos percevejos imensamente trabalhoso”, diz o zoólogo, citado num comunicado daquela instituição.
Saiba mais em: http://www.publico.pt/ciencia/noticia/descodificacao-do-genoma-do-percevejodecama-revela-os-seus-segredos-intimos-1725472
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