No Brasil existem dois grupos de formigas cortadeiras – assim chamadas por terem o hábito de cortar pequenos pedaços de folhas e outras partes das plantas e levá-los para o interior do formigueiro. São eles: as saúvas (gênero Atta) e as quenquéns (gênero Acromyrmex). Quem vê essas formigas, tão ativas, carregando sem parar todos os pedaços de matéria vegetal que podem encontrar, é levado a supor que elas o fazem para mais tarde consumir, no “sossego” de seu formigueiro, toda aquela comida. Mas não é bem assim.
A verdade é que as formigas cortadeiras são os “agricultores” mais antigos do mundo. A maior parte da biomassa de material vegetal é utilizada por essas formigas para cultivar, em “jardins” subterrâneos escondidos no interior do formigueiro, um fungo da espécie Leucoagaricus gongylophorus, como o qual as formigas mantêm uma delicada relação de mutualismo. Enquanto cabe a elas a tarefa de sair e trazer para o formigueiro os pedaços de planta que servirão de substrato para o crescimento do fungo, este “cede” parte de suas hifas para a alimentação das formigas. Estas hifas, aliás, são o único alimento disponível para a rainha e as larvas, pois elas, de certa forma, vivem “aprisionadas” no interior do formigueiro.
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