Uma imagem de um buraco negro poderia testar a Teoria da Relatividade Geral. Mais importante ainda, afirma o astrônomo Dan Marrone, uma imagem poderia provar que os buracos negros realmente existem. Supondo
que eles realmente existam, e que as teorias estejam corretas, se
olharmos diretamente para um buraco negro ele deverá parecer mesmo
bastante escuro, já que pouquíssima radiação escapa dele. Mas
exatamente em torno da borda será possível ver um anel brilhante,
devido aos fótons que por pouco não caem no buraco negro e trafegam pela
sua borda. Esta luz é o que Marrone e um grupo
internacional de astrônomos acreditam que será detectado pelo Telescópio
Horizonte de Eventos (EHT: Event Horizon Telescope). O
horizonte de eventos é a fronteira final do buraco negro, além da qual
nada mais escapa, nem mesmo os fótons, e tudo o que resta, do ponto de
vista de um telescópio terrestre, é a escuridão. Em
radioastronomia, para obter uma resolução maior do que você consegue
com um único telescópio, você grava sinais de telescópios ao redor do
mundo e os reúne num computador. O Sagitarius A* que é o buraco negro supermaciço no
centro da nossa galáxia, e o buraco negro no centro da M87, a maior
galáxia do aglomerado de galáxias de Virgem, são os candidatos desta
proeza. Reunindo 12 radiotelescópios ao redor do
mundo, o telescópio virtual Horizonte de Eventos terá praticamente o
tamanho da Terra. Com um telescópio do tamanho da Terra, e nas
frequências que serão observadas, possibilitará distinguir apenas
buracos negros deste tamanho. Se houver gás
orbitando, prestes a cair no buraco negro, essa queda levará alguns
minutos, dependendo da velocidade de rotação do buraco negro. Será
possível testar a Relatividade Geral, que nos diz que o anel de luz ao
redor da borda do buraco negro precisa ser perfeitamente circular. Se a
Relatividade Geral falhar neste regime de campo muito forte, onde a
gravidade está nos seus limites, então este anel de luz não será
perfeitamente circular.
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