Novos resultados obtidos pelo telescópio espacial de raios-X Chandra da
NASA e o telescópio Magellan do Observatório Las Campanas sugerem que um
denso remanescente estelar foi rompido por um buraco negro com milhares
de vezes a massa do Sol na NGC 1399, uma galáxia elíptica cerca de 65
milhões de anos luz da Terra.
A imagem em raios-X captada pelo Chandra são
mostrados em azul e são sobrepostas em uma imagem óptica do telescópio
espacial Hubble. "Nós pensamos que estas
assinaturas incomuns podem ser explicadas por uma anã branca, que se
aproximou muito de um buraco negro e foi destruída pelas forças extremas
de maré”, disse Joel Bregman da Universidade de Michigan. As
observações do Chandra mostram que esse objeto é uma fonte de raios-X
ultraluminosas (ULX). As fontes ULXs emitem mais raios-X que estrelas,
porém menos do que quasares. Sua natureza exata permanece um mistério,
mas uma sugestão é que algumas ULXs são buracos negros com massas entre
cerca de uma centena de vezes e milhares que da massa solar. Se
confirmada, essa descoberta seria uma forte evidência de um buraco negro
com massa intermediária, que tem sido um tema muito debatido, e
marcaria a primeira ocorrência de um buraco negro rompendo uma estrela
distante. Este ULX está em um aglomerado globular muito velho e
cheio de estrelas. Os astrônomos já suspeitavam que os aglomerados
globulares podem conter buracos negros de massa intermediária, mas a
evidência conclusiva para isso tem sido difícil. O
par de interação NGC 4038 e NGC 4039 (galáxias Antennae) vistas na
imagem a seguir têm 14 ULXs, nas regiões de formação estelar. "Os astrônomos já observaram estrelas que foram dilaceradas por buracos
negros supermassivos nos centros das galáxias, mas esta é a primeira
evidência de um evento como esse em um aglomerado globular”, disse Jimmy
Irwin, da Universidade do Alabama que liderou o estudo. Irwin e
seus colegas obtiveram espectros ópticos do objeto usando os telescópios
Magellan I e II em Las Campanas, no Chile. Estes dados revelam emissões
de gás rico em oxigênio e nitrogênio, mas não hidrogênio, um raro
conjunto de sinais provenientes de aglomerados globulares. As condições
físicas deduzidas dos espectros sugerem que o gás está orbitando um
buraco negro de pelo menos 1.000 massas solares. A quantidade abundante
de oxigênio e ausência de hidrogênio indicam que a estrela destruída era
uma anã branca, a fase final de uma estrela do tipo solar que queimou
seu hidrogênio deixando uma alta concentração de oxigênio. O nitrogênio
visto no espectro óptico permanece um enigma. O trabalho teórico
sugere que a perturbação induzida por emissão de raios-X poderia ficar
brilhante durante mais de um século, mas deve desaparecer com o tempo.
Source: http://cosmonovas.blogspot.com/2011/12/buraco-negro-devorando-uma-ana-branca.html |