Relógio nuclear se atrasaria apenas um décimo de segundo a cada 14 bilhões de anos. Os atuais relógios atômicos perdem 4 segundos no mesmo período.
Desde 2003, os cientistas já sabiam que um relógio nuclear seria mais preciso que os atuais relógios atômicos. Não sabiam, no entanto, como construí-lo. Agora, eles descobriram o que é preciso para tirar do papel o relógio mais preciso do mundo. O novo dispositivo usaria o núcleo de um átomo para calcular o tempo. Com isso, atrasaria apenas um décimo de segundo a cada 14 bilhões de anos, a idade estimada do universo. Um relógio atômico, no mesmo período, ficaria quatro segundos atrasado. A pesquisa, realizada por cientistas de diferentes universidades, será publicada esta semana no periódico Physical Review Letters.
Relógios antigos usavam as oscilações de um pêndulo para calcular o tempo. Nos modelos mais modernos, cristais de quartzo fazem o papel do pêndulo com oscilações de alta frequência. Já os relógios atômicos, os mais precisos até agora, derivam sua precisão das oscilações de elétrons induzidas por raio laser. Apesar de serem muito precisos, os relógios atômicos podem ser afetados por campos magnéticos e elétricos, fatores que atrasam a medição do tempo.
O problema é que os cientistas ainda não sabem qual a frequência necessária para energizar o átomo de tório. Além disso, o núcleo teria que ficar imóvel — o que só é possível resfriando-o a quase -273 graus Celsius, temperatura limite conhecida como zero absoluto. Contudo, os pesquisadores estão otimistas. "Nosso trabalho mostra que a construção de um relógio nuclear é possível e vale a pena".
Source: http://gaea-astronomia.blogspot.pt/2012/03/cientistas-descobrem-como-fazer-o.html |