Um sistema com quatro planetas, observado há vários anos atrás pelo telescópio Kepler, é verdadeiramente raro: os planetas, todos mini-Neptunos situados perto da estrela, orbitam numa ressonância única bloqueada há milhares de milhões de anos. Por cada três órbitas do planeta mais exterior, o segundo orbita quatro vezes, o terceiro seis vezes e o mais interior oito vezes.
Estas ressonâncias orbitais não são incomuns - o nosso próprio planeta anão, Plutão, orbita o Sol duas vezes durante o mesmo período que Neptuno leva a completar três órbitas - mas uma ressonância entre quatro planetas é.
Astrónomos da Universidade de Chicago e da Universidade da Califórnia, Berkeley, que relatam a descoberta na edição online de 11 de maio da revista Nature, estão particularmente interessados neste sistema estelar porque pensa-se que os quatro planetas gigantes do nosso Sistema Solar - Júpiter, Saturno, Úrano e Neptuno - já tiveram órbitas ressonantes que foram perturbadas algures durante a sua história de 4,5 mil milhões de anos.
De acordo com o coautor Howard Isaacson, astrónomo de Berkeley, o sistema Kepler-223 pode ajudar-nos a entender como o nosso Sistema Solar e outros sistemas estelares descobertos nas últimas décadas se formaram. Em particular, pode ajudar a resolver se os planetas ficam no mesmo lugar em que se formam ou se se movem para mais perto ou mais longe da estrela ao longo do tempo.
Saber mais: http://www.ccvalg.pt/astronomia/noticias/2016/05/13_kepler_223.htm
Source: http://www.ccvalg.pt/astronomia/noticias/2016/05/13_kepler_223.htm |