É muito difícil expulsar uma estrela da Galáxia.
De facto, o mecanismo principal que os astrónomos propuseram para que uma estrela alcance o impulso de mais de 3,3 milhões de quilómetros por hora requer uma passagem próxima pelo buraco negro supermassivo no núcleo da Via Láctea.
Até agora os astrónomos descobriram 16 destas estrelas "hipervelozes". Embora viajem rápido o suficiente para eventualmente escapar o domínio gravitacional da Galáxia, foram descobertas enquanto ainda estavam dentro da mesma.
Agora, astrónomas da Universidade de Vanderbilt, no estado americano do Tennessee, escrevem, na edição de Maio da revista Astronomical Journal, que identificaram um grupo de mais de 675 estrelas nos arredores da Via Láctea que afirmam serem estrelas "hipervelozes" expelidas do núcleo galáctico. Seleccionaram estas estrelas com base na sua localização no espaço intergaláctico entre a Via Láctea e a vizinha Galáxia de Andrómeda e devido à peculiar cor avermelhada.
"Estas estrelas realmente destacam-se. São estrelas gigantes vermelhas com alta metalicidade, o que lhes dá uma cor invulgar," afirma a professora Kelly Holley-Bockelmann, que liderou o estudo em conjunto com a estudante Lauren Palladino. Na astronomia e cosmologia, "metalicidade" é uma medida da proporção de elementos químicos (além do hidrogénio e hélio) que uma estrela contém. Neste caso, uma alta metalicidade é uma assinatura que indica uma origem galáctica interior: estrelas mais velhas e estrelas da periferia galáctica tendem a ter metalicidades mais baixas.
As investigadoras identificaram estas candidatas ao analisar milhões de estrelas catalogadas no SDSS (Sloan Digital Sky Survey).
"Descobrimos que estas estrelas fugitivas devem estar para lá da Galáxia, mas ainda ninguém as tinhas observado. Então decidimos tentar," afirma Holley-Bockelmann, que estuda o comportamento do buraco negro no centro da Via Láctea.
Source: http://www.ccvalg.pt/astronomia/noticias/2012/05/1_estrelas_fugitivas_galaxia.html |