Durante uma recente sessão de observação, a sonda Cassini da NASA viu uma estrela brilhante a passar por trás da pluma de gás e poeira expelida da lua gelada de Saturno, Encélado. Ao início, os dados dessa observação puseram os cientistas a coçar as suas cabeças. O que viram não encaixava nas suas previsões.
A observação levou a uma nova pista surpreendente sobre a incrível atividade geológica de Encélado: parece que pelo menos alguns dos jatos estreitos libertados a partir da superfície da lua são expelidos com mais fúria quando esta está mais longe de Saturno.
Exatamente como ou porque é que isto acontece está ainda longe de se saber com certeza, mas a observação dá aos teóricos novas possibilidades para refletir sobre as voltas e reviravoltas da "canalização" que existe por baixo da superfície gelada da lua. Os cientistas estão ansiosos por descobrir tais pistas porque, por baixo da concha gelada de gelo, Encélado é um mundo oceânico que poderá albergar ingredientes propícios à vida.
Durante os seus primeiros anos depois de chegar a Saturno em 2004, a Cassini descobriu que Encélado "vomita" continuamente uma grande pluma de gás e grãos de gelo a partir da região em torno do seu polo sul. Esta pluma estende-se por várias centenas de quilómetros para o espaço e tem várias vezes a largura da própria lua. Dezenas de jatos estreitos irrompem da superfície ao longo de grandes fraturas conhecidas como "listras de tigre" e contribuem para a pluma. A atividade é originária do oceano de água líquida e salgada por baixo da superfície, que está a sair para o espaço.
A Cassini mostrou que mais de 90% do material na pluma é vapor de água. Este gás empurra grãos de poeira para o espaço, onde a luz solar os espalha, tornando-os visíveis às câmaras da sonda. A Cassini até recolheu algumas destas partículas expelidas de Encélado e analisou a sua composição.
Saber mais: http://www.ccvalg.pt/astronomia/noticias/2016/05/10_encelado_cassini.htm
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