A sonda espacial com a forma de um disco
voador viaja pelo espaço, disparando os seus motores e expelindo pesos
para apontar o seu escudo de calor na direcção da atmosfera de Marte.
Assim que diminui de velocidade, o escudo é libertado e, 10 quilómetros
acima da superfície, um pára-quedas é aberto. Outros pesos são
expelidos, que apontam o radar da nave para o chão que rapidamente se
aproxima.
A sonda liberta o
seu pára-quedas e a sua concha superior, e dispara motores na direcção
do chão, diminuindo ainda mais a sua velocidade para cerca de 3
quilómetros por hora. Pairando a 20 metros da superfície marciana,
começa a desenrolar da sua barriga um rover com o tamanho de um Mini
Cooper. Suspenso em cabos tal como uma aranha gigante, a carga desce
lentamente até à superfície com a ajuda de uma "grua aérea". O Curiosity
aterra.
Assim começa a
viagem marciana do rover mais recente da NASA, com lançamento previsto
para 26 de Novembro. As manobras têm uma coreografia e um timing tão
preciso que a sua implementação bem-sucedida parece improvável -
especialmente tendo em conta que Marte é o Triângulo das Bermudas do
Sistema Solar, condenando ao fracasso dois-terços das missões que o
tentam visitar. "Tudo tem que correr conforme planeado," admite John
Grotzinger, líder da missão e cientista do Instituto de Tecnologia da
Califórnia, em Pasadena, EUA.
A parada não podia
estar mais alta. O rover de 2,5 mil milhões de dólares é a missão mais
ambiciosa e cara com destino Marte, transportando ferramentas topo de
gama com o propósito de revelar se o seu local de aterragem já foi
habitável e pesquisar sinais de vida preservados nas suas rochas. É o
primeiro rover a ser alimentado pelo decaimento radioactivo do plutónio
em vez de energia solar, e vai assim ser capaz de trabalhar
continuamente e durante o inverno marciano.
"É um grande passo
em frente," afirma Steve Squyres da Universidade de Cornell em Ithaca,
Nova Iorque, líder científico dos rovers Spirit e Opportunity, que
aterraram em lados opostos do planeta em 2004.
Mas primeiro o
Curiosity tem que aterrar em segurança. "Sempre que tentamos aterrar em
Marte, ficamos com aquele sentimento de terror," afirma Squyres. Tanto o
Spirit como o Opportunity aterraram dentro de airbags e saltaram pela
superfície até parar, mas o Curiosity pesa cinco vezes mais e
simplesmente furaria os airbags quando do primeiro ressalto.
"Desenvolvemos a tecnologia de airbags até ao máximo possível," afirma
Squyres. "A grua aérea é uma boa solução para o problema."
O desenvolvimento
desta gigantesca missão, que é também conhecida como MSL (Mars Science
Laboratory), não foi sempre regular. Problemas de engenharia - incluindo
problemas com engrenagens dos motores denominados actuadores - forçaram
um atraso de dois anos no lançamento e acrescentaram milhões de dólares
ao orçamento, já ele considerável. "Tem sido uma tarefa árdua," admite
Jack Mustard da Universidade de Brown em Providence, Rhode Island. "Mas
se a NASA for capaz de fazer isto, então demonstra um sistema de
aterragem para massas grandes, que será importante para a próxima fase
de aterragem em Marte - o envio de amostras para a Terra."
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Source: http://www.ccvalg.pt/astronomia/noticias/2011/11/22_curiosity.htm |