Figura 1. Pólo sul de Vesta, que mostra o tamanho da cratera Rheasilvia.
A sonda Dawn da NASA providenciou aos investigadores a primeira análise orbital do asteróide gigante Vesta, produzindo novas informações acerca da sua criação e parentesco com os planetas terrestres e a Lua da Terra.
Os cientistas vêm agora Vesta como um bloco de construção planetária com camadas e com um núcleo ferroso - o único conhecido que se sabe ter sobrevivido aos primeiros dias do Sistema Solar. A complexidade geológica do asteróide pode ser atribuída a um processo que separou o asteróide em crosta, manto e núcleo de ferro com um raio de aproximadamente 110 km há cerca de 4,56 mil milhões de anos atrás. Os planetas terrestres e a lua da Terra formaram-se de modo semelhante.
A Dawn observou um padrão de minerais expostos por feridas profundas criadas por impactos de rochas espaciais, que podem suportar a ideia que o asteróide já teve um oceano subsuperficial de magma. Um oceano de magma ocorre quando um corpo sofre fusão quase por completo, levando à formação de camadas em blocos de construção que podem formar planetas. Outros corpos com oceanos de magma acabaram por fazer parte da Terra e de outros planetas.
Figura 2. Esta imagem mostra três "fatias" de uma classe de meteoritos que caem na Terra que a missão Dawn da NASA confirmou como tendo origem no asteróide gigante Vesta.
Os dados também confirmam que um grupo distinto de meteoritos descobertos na Terra, como se pensava, teve origem em Vesta. As assinaturas de piroxena -- um mineral rico em ferro e magnésio -- nesses meteoritos coincidem com as rochas estudadas na superfície de Vesta. Estes objectos constituem cerca de 6% de todos os meteoritos que caem na Terra.
Os cientistas sabem agora que a topografia de Vesta é muito inclinada e variada. Algumas crateras em Vesta formaram-se em encostas muito inclinadas e têm lados quase verticais, e que derrocadas ocorrem mais amiúde do que se pensava.
Figura 3. O asteróide gigante Vesta é visto aqui como o corpo mais pequeno do conjunto de outros corpos semelhantes no Sistema Solar: Marte, Mercúrio, a Lua da Terra, e o planeta anão Ceres.
Outro achado inesperado é que o pico central do asteróide, na bacia Rheasilvia no hemisfério sul, é muito mais alto e largo, relativamente ao tamanho da sua cratera, do que os picos centrais em crateras noutros corpos como a nossa Lua. Vesta também tem parecenças com outros mundos de baixa-gravidade, como as pequenas luas geladas de Saturno, e a sua superfície tem marcas claras e escuras que não coincidem com os padrões previsíveis na Lua da Terra.
Source: http://www.ccvalg.pt/astronomia/noticias/2012/05/11_ceres_dawn.htm |