Estudos financiados pela NASA sobre meteoritos de Marte que aterraram na Terra mostram fortes evidências de muitas moléculas contendo carbono, um ingrediente-chave para os blocos de construção da vida, e que podem originar no Planeta Vermelho. Estas macromoléculas não têm origem biológica, mas são indicadores de química complexa envolvendo carbono que teve lugar em Marte.
Os cientistas do Instituto Carnegie para a Ciência em Washington, EUA, que descobriram as moléculas de carbono reduzido, têm agora melhores conhecimentos acerca dos processos químicos em Marte. O carbono reduzido é carbono ligado a hidrogénio ou a ele próprio. As suas descobertas também podem ajudar pesquisas futuras de evidências de vida no Planeta Vermelho. Os achados foram publicados ontem na edição online da revista Science Express.
"Estes achados mostram que o armazenamento de moléculas de carbono reduzido em Marte ocorreu ao longo da história do planeta e pode ter sido parecido com os processos que tiveram lugar no passado da Terra," afirma Andrew Steele, autor principal do artigo e cientista de Carnegie. "A compreensão da génese destas macromoléculas que contêm carbono não-biológico em Marte é crucial para o desenvolvimento de missões futuras e para detectar evidências de vida no nosso planeta vizinho."
A descoberta de moléculas que contêm grandes cadeias de carbono e hidrogénio tem sido um objectivo das missões marcianas passadas e presentes. Estas moléculas já foram descobertas em meteoritos de Marte, mas os cientistas discordavam sobre o modo como o carbono aí presente tinha sido formado ou se tinha vindo de Marte. Esta nova informação prova que Marte pode produzir carbono orgânico.
Acredita-se que esta rocha com 4,5 mil milhões de anos, denominada ALH84001, tenha vindo de Marte.
Source: http://www.ccvalg.pt/astronomia/noticias/2012/05/25_meteoritos_carbono_marte.htm |