Observações do Telescópio Espacial Spitzer da NASA levaram ao primeiro mapa de temperatura de uma super-Terra - um planeta rochoso quase duas vezes maior que o nosso. O mapa revela oscilações extremas de temperatura de um lado do planeta para o outro e sugere que uma possível razão para tal é a presença de correntes de lava.
![](http://www.nasa.gov/sites/default/files/styles/full_width/public/thumbnails/image/pia20069-55_cnc_e_dataplot-cr.jpg?itok=wv5tWzUh)
A variação de brilho num exoplaneta chamado 55 Cancri e, vista aqui neste gráfico de dados infravermelhos obtidos pelo Telescópio Espacial Spitzer da NASA.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/Universidade de Cambridge
"A nossa visão deste planeta continua a evoluir," afirma Brice Olivier Demory da Universidade de Cambridge, Inglaterra, autor principal de um novo artigo que aparece na edição de 30 de março da revista Nature. "Os resultados mais recentes dizem-nos que o planeta tem noites quentes e dias significativamente mais escaldantes. Isto indica que o planeta transporta de forma ineficiente o calor em redor do planeta. Nós propomos que isto poderá ser explicado por uma atmosfera que só existe no lado diurno do planeta, ou por fluxos de lava à superfície."
A super-Terra "quentinha" 55 Cancri e está relativamente perto da Terra, a cerca de 40 anos-luz de distância. Orbita muito perto da sua estrela, completando uma órbita a cada 18 horas. Devido à proximidade do planeta em relação à estrela, tem bloqueio gravitacional de marés tal como a Lua da Terra. Isto significa que um lado de 55 Cancri e, referido como o lado diurno, está sempre a cozinhar sob o intenso calor da sua estrela, enquanto o lado noturno permanece no escuro e é muito mais frio.
"O Spitzer observou as fases de 55 Cancri e, semelhantes às fases da Lua a partir da perspetiva da Terra. Fomos capazes de observar os quartos crescentes, minguantes, e as fases novas e cheias deste pequeno exoplaneta," explica Demory. "Em troca, estas observações ajudaram-nos a construir um mapa do planeta. Este mapa diz-nos quais as regiões mais quentes do planeta."
Source: http://www.ccvalg.pt/astronomia/noticias/2016/04/1_55_cancri_e.htm |