Uma equipe de astrônomos afirma ter descoberto o que pode ter "matado"
as galáxias de maiores massas conhecidas. Segundo esses cientistas, os
culpados são so buracos-negros supermassivos.
Essas galáxias, segundo os pesquisadores, eram muito ativas na formação
de estrelas no universo primitivo. Contudo, abruptamente viram essa
produção parar e hoje têm apenas estrelas que estão envelhecendo e se
destinam a morrer.
Fig. 1 - Imagem mostra, em vermelho, as galáxias a 10 bilhões de anos-luz.
Os cientistas combinaram observações dos telescópios Apex e VLT, do
Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês), e do Spitzer, da NASA - a agência espacial americana - para observar como galáxias
distantes (a cerca de 10 bilhões de anos luz) e brilhantes formam grupos
e aglomerados.
Como a luz demora 10 bilhões de anos para chegar na Terra, o que
vemos é um registo do universo em seus primeiros bilhões de anos,
quando as galáxias tinham uma produziam estrelas mais intensamente, o
que se chama de formação estelar explosiva. Ao redor desses aglomerados,
se forma um halo de matéria escura. Ao estudar esse halo e como eles
crescem como tempo, através de um modelo em computados, os pesquisadores
chegaram à conclusão que esses aglomerados acabam por formar galáxias
elípticas gigantes - as de maior massa do universo actual.
"Esta é a primeira vez que conseguimos mostrar de maneira clara a
relação que existe entre as galáxias mais energéticas que apresentam
formação estelar explosiva no Universo primordial e as galáxias de maior
massa presentes no Universo actual", diz Ryan Hickox (do Darthmouth
College, nos Estados Unidos, e da Universidade Durham, no Reino Unido),
que lidera a equipe.
Segundo as observações dos astrónomos, a formação explosiva dura
apenas 100 milhões de anos, mas é o suficiente para duplicar o número de
estrelas de uma galáxia. "Sabemos que as galáxias elípticas de elevada
massa pararam de produzir estrelas de modo súbito há muito tempo atrás,
encontrando-se agora bastante passivas. Os cientistas tentam imaginar o
que poderia ser suficientemente poderoso para conseguir desligar a
formação estelar explosiva duma galáxia inteira", diz Julie Wardlow das
universidades da Califórnia-Irvine (EUA) e Durham.
Os resultados indicam que essas galáxias se aglomera de forma
parecida com os quasares - estes são encontrados em halos semelhantes de
matéria escura e emitem intensa radiação alimentada por um buraco negro
supermassivo em seus centros.
O astrónomos descobrem cada vez mais evidências de que a formação
explosiva também acontece nos quasares, com grandes quantidades de
matérias sugadas pelos buracos negros. Os buracos negros, por sua vez,
"limpam" o gás do quasar e sem gás não há formação de estrelas.
"Em poucas palavras, a intensa formação estelar dos dias de glória
das galáxias acabou também por ser a sua perdição ao alimentar os
buracos negros nos seus centros, os quais rapidamente limpam ou destroem
as nuvens de formação estelar", explica David Alexander, da Durham,
membro da equipe.
Source: http://astronews.com.br/WebSite/index.php?Page=NewsDetail&Id=1037 |