Na busca por vida algures no Universo, os cientistas planetários
detectaram mais de 500 planetas para lá do nosso Sistema Solar, ou
exoplanetas, ao longo dos últimos 15 anos. Cerca de um-quinto destes
foram descobertos ao explorar o céu por quaisquer mudanças no brilho de
uma estrela que podem ter sido provocadas pela passagem de um planeta em
frente dessa estrela, da perspectiva da Terra.
Conhecido como trânsito, este evento é
essencialmente um eclipse, mas em vez de bloquear totalmente um corpo
celeste, como a Lua bloqueia o Sol durante um eclipse solar, um planeta
em trânsito obscurece apenas uma pequena fracção da luz da sua
estrela-mãe. Os astrónomos usam telescópio terrestres para detectar
estas pequenas fracções - mudanças tão pequenas quanto 0,25%.
Seguidamente tentam confirmar a existência do planeta através de
cuidadas observações posteriores.
A descoberta do primeiro exoplaneta em trânsito
foi feita em 1999 e providenciou uma maneira de estudar exoplanetas em
considerável detalhe. Ao medir a mudança na luz estelar durante um
trânsito, os cientistas podem aprender muito acerca de um planeta além
da sua mera existência, incluindo a sua massa precisa e os tipos de
moléculas na sua atmosfera. Tais detalhes são críticos para a
confirmação do tipo de planeta, quer seja pequeno, rochoso e frio
suficiente para a água existir à sua superfície, embora uma descoberta
deste género ainda não tenha ocorrido.
Dos 519 exoplanetas descobertos desde 1995, 114
deles orbitam as suas estrelas num ângulo que torna possível a
observação de trânsitos a partir da Terra. Mas segundo Joshua Winn,
professor assistente do Departamento de Física do MIT (Instituto de
Tecnologia do Massachusetts, EUA) e investigador do Instituto Kavli para
Astrofísica e Investigação Espacial do MIT, isso não significa que 20%
de todos os planetas extrasolares podem ser observados a transitar as
suas estrelas da Terra. "A razão por que conhecemos cerca de 100 é
porque os cientistas se esforçaram ao máximo para os descobrir," afirma
Winn, que estuda exoplanetas há já seis anos.
Os astrónomos detectaram a maioria dos
exoplanetas ao analisar alterações no espectro da luz emitida pela
estrela devido ao efeito Doppler; quaisquer mudanças subtis nesse padrão
são provavelmente provocadas pelo puxo gravitacional de um planeta
sobre a estrela. Mas esta técnica, conhecida como método de velocidade
radial, fornece poucos detalhes acerca do planeta, tal como a sua massa
mínima.
Source: http://www.ccvalg.pt/astronomia/noticias/2011/02/1_transitos_exoplanetas.htm |