O parque aquático Sea World, nos EUA, foi processado por confinar cinco membros de sua equipe em um espaço diminuto e obrigá-los a fazer rotineiramente apresentações para o público. As autoras da ação? Um grupo de cinco orcas. Elas foram representadas por uma ONG de direitos dos animais, que entrou com o pedido. Embora o juiz tenha optado por não levar o caso adiante, essa foi a primeira vez que um tribunal federal americano chegou a analisar algo do tipo. Nos Estados Unidos e em outros países, é cada vez maior a quantidade de cientistas e organizações que se mobilizam pelos direitos dos cetáceos -o grupo de mamíferos marinhos que inclui os golfinhos e as baleias. Ao fazer suas reivindicações, eles se apoiam em pesquisas que comprovam que esses animais são, de fato, muito especiais. Assim como os humanos, os golfinhos fazem parte do seleto grupo de espécies que conseguem reconhecer o próprio reflexo no espelho. Eles também têm um cérebro grande e complexo, com capacidade de raciocínio comparável à dos chimpanzés, considerados os nossos parentes mais próximos. Além disso, golfinhos costumam se esforçar para ajudar os indivíduos feridos do grupo. E até ferramentas eles conseguem manejar. INDIVIDUALIDADE "A ciência já mostrou que individualidade e autopercepção não são propriedades apenas humanas. E isso traz todo tipo de desafios", diz Thomas White, especialista em ética da Universidade Loyola Marymount, nos EUA. O cientista é um dos principais articuladores para a edição de uma espécie de tratado de direitos "humanos" para os cetáceos. Segundo os especialistas, os golfinhos são tão avançados que devem ser considerados "pessoas não humanas" e ter seu direito à vida e à liberdade garantidos em documento internacional.
Source: http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/1063254-cientistas-querem-que-golfinhos-tenham-direitos-humanos.shtml |