Estudo foi liderado por investigador portuguêsDaqui por 50 a cem milhões de anos, o oceano Atlântico deverá
desaparecer. No entanto, tal como todos os fenómenos geológicos, este
também demorará a acontecer. O estudo tem participação russa e é
liderado pelo geólogo português Fernando Marques, da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.
Se olharmos para a posição dos continentes não parece sugerir nada que
se assemelhe ao desaparecimento dessa massa de água salgada. A novidade
do estudo consiste na análise matemática de dados sobre a espessura da
placa em várias regiões do Atlântico, tanto do norte como do sul.
Os resultados sugerem que a região mais
provável para o início do surgimento dessa zona de subducção – é uma
área de convergência de placas tectónicas, onde uma das placas desliza
para debaixo da outra – é o Sudeste do Brasil. Segundo os
investigadores, "existem sinais de que já aconteceu, mas faltam
medidas, e tem alguns dados que poderiam ser interpretados como início
de afundamento”. Entretanto, o estudo já foi submetido a um periódico científico de alto impacto.
O grande evento geológico sofrerá um processo muito lento, que demora
milhões de anos. Afinal, desde a última grande deriva continental,
iniciada há 250 milhões de anos, a América do Sul e a África já se têm
afastado e o processo segue em andamento.
Com a abertura crescente do Atlântico, a chamada placa Sul-Americana
tenderá a ficar mais esticada, mais fria e, por consequência, mais
pesada. Ao peso, acresce o fluxo de material que vem do continente e é
levado pelos rios até o mar.
A fragilização da placa somada ao peso adicional fará com que ela afunde
e comece a deslizar por baixo da placa Africana. E, assim, aparece uma
nova zona de subducção.
Source: http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=49597&op=all |