Investigadores estudam capacidade do organismo em eliminar um medicamento
Alguns doentes tratados com o medicamento mais potente e eficaz para tratar a tuberculose (isoniazida) desenvolvem lesões hepáticas graves ou mesmo irreversíveis.
Para tentar reverter este acontecimento, a Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC) lidera um estudo pioneiro, a nível internacional, sobre a influência dos genes na capacidade do organismo em eliminar um medicamento. Ao Ciência Hoje, a coordenadora da investigação, Henriqueta Coimbra, explica que "a eliminação dos medicamentos pelo organismo está dependente da sua metabolização (degradação) por enzimas. Estas enzimas são codificadas por genes e variações individuais destes genes originam enzimas com diferentes actividades, influenciando, assim, a velocidade de eliminação do fármaco pelo organismo, as concentrações atingidas no sangue, a eficácia terapêutica e o aparecimento de efeitos secundários”. "No serviço de Genética da Faculdade de Medicina de Coimbra estamos a proceder à genotipagem dos doentes com hepatite C para apoio à decisão terapêutica. Neste caso o marcador genético não está relacionado com a metabolização dos medicamentos usados mas com a resposta global do doente ao tratamento e à infecção, provavelmente por variações da resposta do sistema imunitário”, explica a investigadora.
Autor: Filipe |