A técnica liga dois satélites em órbita da Terra: um funciona como transmissor e o outro como receptor. Enquanto o feixe viaja de um para o outro, a atmosfera é analisada. Conhecida como ‘ocultação’, a técnica baseia-se no seguimento de sinais de satélites à medida que estes surgem ou desaparecem no horizonte e é um método bem estabelecido de estudo da atmosfera.
Neste novo método são utilizados infra-vermelhos em vez de micro-ondas, como acontece no método mais comum. No comprimento de onda certo, as moléculas da atmosfera alteram o feixe. Esta informação pode ser usada para calcular a concentração de gases e potencialmente medir a intensidade do vento.
Pela aplicação da técnica a diferentes altitudes é possível estabelecer um perfil vertical, das mais baixas camadas da estratosfera às camadas mais altas.
O equipamento foi colocado nas duas ilhas, beneficiando da estação de terra da ESA em Tenerife. A estação oferece a localização perfeita para a instalação do receptor, que foi integrado no telescópio principal.
Durante as duas semanas que durou a experiência, os cientistas do Wegener Center da Universidade de Graz, na Áustria, e as equipas da Universidade de York e Manchester, no Reino Unido, recolheram os primeiros dados.
O feixe de laser infra-vermelho é invisível a olho nu, mas o laser verde, usado em paralelo para registar a turbulência atmosférica, é bem visível. Gottfried Kirchengast, do Wegener Center, admitiu que "esta campanha foi um passo crucial para que se possa usar as técnicas de ocultação por infra-vermelhos no espaço. Estamos muito entusiasmados por esta demonstração inter-ilhas, de medição do dióxido de carbono e do metano, ter sido um sucesso”.
A experiência foi realizada no âmbito do programa da ESA «Earth Observation Support to Science Element».
