Ao anunciar, em conferência de imprensa, cortes de mais de 230 milhões de euros, a Agência Espacial Norte-americana - NASA informou também que o orçamento actual não permite que continue no projecto «ExoMars», em que estava a trabalhar em colaboração com a Agência Espacial Europeia (ESA). O administrador da NASA, Charles Bolden, declarou que esta decisão não significa que a agência saia completamente do projecto, pois continuará a cooperar com os seus "sócios internacionais”. A NASA já investiu dinheiro no desenvolvimento da missão ExoMars prevista para 2016 e cuja finalidade seria levar uma sonda a Marte. Charles Bolden diz que espera que alguma da tecnologia já desenvolvida possa ser utilizada numa missão posterior que ocorrerá entre 2018 e 2020. O programa de colaboração incluía enviar a sonda para estudar os gases produzidos e um robô capaz de encontrar vida, se a houver, no subsolo do planeta vermelho. A crise obrigou a NASA a focar-se nos seus projectos próprios. Entre eles, conta-se o desenvolvimento de um foguetão para ir a Marte, que irá ser experimentado pela primeira vez em 2017. Outro é o Telescópio Espacial James Webb, cujo lançamento se atrasou várias vezes, multiplicando o seu custo. Ir a Marte com a Rússia O projecto ExoMars começou a ser desenvolvido em 2008. Desde então que tem sofrido vários cortes. Os EUA reduziram já o ano passado a quantidade de dinheiro investido. A ESA tinha-se comprometido a gastar mil milhões de euros e esperava que os EUA gastassem uma quantia semelhante. Em troca desse apoio, um foguetão dos EUA levaria a Marte dois robôs de exploração, um europeu e outro norte-americano. O corte de orçamento da NASA para as ciências planetárias obrigou a redesenhar o projecto. Em vez de dois veículos, teria de ir apenas um, o que obrigou, por sua vez, a ESA a redesenhar o seu robô. Os EUA cancelam agora a sua participação o que, teme a ESA, pode até inviabilizar a missão. A ExoMars é um projecto prioritário para a agência europeia. Com ele, a Europa conseguiria pela primeira vez completar uma missão de aterragem e exploração sobre rodas naquele planeta, algo que, até agora, só os EUA conseguiram. Numa tentativa de salvar o projecto, a ESA convidou já a Rússia a participar. Entre as contribuições daquele país estaria o foguetão Proton, que levaria o robô a Marte. Em troca, os russos podem introduzir na missão os seus próprios instrumentos de investigação e realizar as suas experiências.
 Fig.1- NASA já não vai a Marte com a Europa em 2016
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