2011-11-28 Por : Marlene Moura
"O que existe de comum entre as histórias de Harry Potter, o
alimento divino oferecido ao povo de Israel no deserto, as bruxas que
voavam em vassouras, a morte aparente de Julieta no drama de
Shakespeare, a mãe do imperador Nero e Puccini?” Segundo João Paulo André, do departamento de Química da Escola de Ciências da Universidade do Minho (UMinho), "desde o século XVIII que o veneno é um dos maiores ingredientes das óperas”, e outras áreas do espectáculo.
A palestra, na qual o docente da UMinho será orador, decorre hoje em Braga, sob o mote «Ópera, veneno e outros químicos». A iniciativa vem inserida nas comemorações do Ano Internacional da Química (AIQ) e "é uma análise divertida que pretende celebrar esta ciência com abordagens teatrais e musicais, fazendo uma viagem temporal”, contou.
A obra cantada será o fio condutor que
pretende responder às várias questões acima levantadas e, como
roteiro, João Paulo Andr fará "uma viagem por caminhos que levarão ao mundo das poções, dos venenos e das paixões". O químico recordou ainda: "O veneno sempre fez parte das histórias”, muitas personagens foram envenenadas em palco, "com a finalidade de atingir o poder e objectivos políticos” ou até por amor, tal como Romeu e Julieta.
Há já muito tempo que a ciência é transportada para as artes do
espectáculo e o docente da UMinho recordou que, ainda no passado dia 15,
estreou em Paris a ópera "Madame Curie",
baseado na intensidade da personagem que foi a física e química Marie
Curie, acrescentando que já a bailarina norte-americana Loïe Suller
ficou conhecida por ser pioneira das técnicas da dança moderna, mas
também "pela iluminação teatral". Suller usava luzes multicoloridas, com o efeito de reflectores.
O Departamento de Química organiza também um conjunto de eventos e
actividades em torno da figura e da obra de Marie Curie, sob o título «A Beleza do Decaimento: Marie Curie e a História de um Nobel». A actividade que decorre hoje irá repetir-se na Universidade de Lisboa em Janeiro.
Source: http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=51990&op=all |