A cor do cabelo e da pele é geralmente mais escura nas pessoas que
vivem perto do Equador, por estarem mais expostas a raios ultravioletas.
No entanto, os habitantes das ilhas Salomão e da Oceania equatorial têm
uma pele bastante pigmentada e, pelo menos, dez por cento destes têm o
cabelo loiro. Aliás são a população onde prevalece maior número de
pessoas loiras fora da Europa, segundo os investigadores da Universidade de Stanford, que se têm dedicado e estudar esta particularidade.
Uma das explicações mais comuns é a mestiçagem, já que colonos europeus e
comerciantes que navegaram desde séculos até a esta região deixaram
rastos genéticos na sua passagem. A exposição ao sol e a alimentação
rica em peixe também são especuladas como razão, mas os resultados do
estudo publicado na revista «Science» invalidam estas hipóteses.
A equipa comparou os genomas de 43 loiros e
42 morenos das ilhas Salomão. A análise do sangue dos voluntários,
permitiu identificar uma mutação no gene TYRP1, que parece ser o
responsável por aloirar o cabelo desta população.
Os autores da investigação analisaram o gene já conhecido por estar
associado à pigmentação de 941 indivíduos. No entanto, esta mutação não
existe fora da Oceania e nunca foi reportada na Europa.
Segundo a equipa, a recolha não foi uma tarefa fácil, já que grande
parte das ilhas Salomão é de acesso difícil, sem electricidade ou
comunicações. A Malanésia é uma das regiões com maior diversidade
linguística, com dezenas de línguas faladas.
Source: http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=54260&op=all |