Witwatersrand é uma extensão de uma cadeia de montanhas que se
elevam a uma altura de entre 1700 a 1800 metros acima do nível do mar,
que corre de leste a oeste o território sul-africano, e que segundo
novas provas, poderá encerrar as águas mais antigas do mundo, isoladas
há milhões de anos.
Ficam situadas na região histórica do Transvaal e uma das redes de
fracturas contem os ecossistemas de micróbios mais profundos conhecidos
sobre a Terra. Estes organismos podem sobreviver sem a luz do sol graças
à energia química libertada pelas rochas.
Um estudo publicado na "Chemical Geology" pela Universidade de Toronto, refere a descoberta de um gás raro – o
néon – dissolvido na água, que se distingue pela sua assinatura
isotópica específica do néon.
Barbara Sherwood Lollar,
líder do estudo, explica que a assinatura química não corresponde à das
águas oceânicas nem à das águas mais profundas da bacia de
Witwatersrand. Em várias regiões, já se constatou que as águas
subterrâneas foram misturadas com outras da superfície, acabando por
serem invadidas por microorganismos.
As águas mais profundas do isolamento e numerosas interacções químicas
se foram produzindo entre a água e a rocha, em períodos geológicas muito
prolongados. O estudo mostra que uma parte do néon se libertou através
de minerais rochosos, que se dissolveram gradualmente no líquido das
fendas e que se foi acumulando.
Este fenómeno apenas ocorre quando as águas não têm qualquer contacto
com a superfície, durante grandes períodos de tempo. A descoberta
acrescenta outra dimensão a este tema.
Source: http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=47543&op=all |