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Um neurónio equivale a um minicomputador
Tiago Branco, investigador luso premiado, quer saber como funciona o cérebro A partir dos 30 anos, já é possível observar a perda gradual e irremediável de neurónios. A boa notícia é que uma única destas células do sistema nervoso "é capaz de distinguir diferentes sequências de informação, ou seja, tem a capacidade de assegurar funções de outros neurónios", segundo revelou ao jornal «Ciência Hoje», Tiago Branco, investigador português na University College London (UCL), no Reino Unido.
Tiago Branco é pós-doutorado na UCL e foi recentemente distinguido com o Prémio Eppendorf e Ciência para a Neurobiologia 2011 (Eppendorf and Science Prize for Neurobiology), em Washington, pela publicação do trabalho «A linguagem dos dendritos» na «Science».
Nos últimos três anos, o cientista tem "tentado perceber como funciona um neurónio". Sabemos que o cérebro é constituído por milhares deles que processam a informação vinda do exterior, mas a grande questão é: Afinal, como é realizado o processamento desses dados? Antes de conhecer como funcionam em conjunto, é importante perceber como um único neurónio age, sozinho. E foi nesse contexto que a equipa de trabalho do investigador luso chegou à conclusão que só uma destas células especializadas é capaz de distinguir diferentes sequências de informação.
"Nestes últimos três, quatro anos, temos medido as respostas de neurónios em cérebros de ratos e descobrimos que apresentam diversos níveis de informação, estimulando as sinapses [ligações entre neurónios, pontos de entrada de informação] com um laser – o que permite testar diversos padrões de sequências, de forma a perceber o é que faz com diferentes tipos de informação apresentada”, continuou.
A descoberta a realçar é que "um único neurónio é capaz de distinguir diferentes sequências de informação, independentemente do número de sinapses” – o que revela uma importante operação no cérebro, já que os dados que chegam estão em sequência. "E um neurónio só consegue fazer essa operação”, ou seja, "é capaz de funcionar como um minicomputador”, enfatizou.
Para o investigador da UCL, "um neurónio é uma entidade poderosa que opera situações mais complexas e, dependendo dos parâmetros de informação recebida, consegue tratá-la de diferentes formas, tal como uma máquina de calcular que tem a capacidade de multiplicar e dividir, entre outras”. E o passo que se segue é "demonstrar como é estas propriedades são exploradas pelo cérebro”.
Source: http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=52492&op=all |
Category: Ciência Viva | Added by: RicardoRamos (2012-01-10)
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