Diante este cenário, para aumentar a consciencialização, prevenção e mitigação dos efeitos dos grandes terramotos, a comissão organizadora da 15ª Conferência Mundial de Engenharia Sísmica (15WCEE) juntou especialistas portugueses, mexicanos e americanos num seminário web (webinar) em directo, ontem, no Laboratório Nacional de Engenharia Civil.
Este webinar foi moderado pelo professor do Instituto Superior Técnico (IST), Jorge Proença, e contou com a participação dos cientistas Gerado Suárez (Mexico), Lucille Jones (EUA) e Carlos Sousa Oliveira.
"Até agora não conseguimos prever quando vão ocorrer sismos, só sabemos que vão acontecer. Sabemos também quais as construções mais vulneráveis aos sismos e teremos que actuar de forma preventiva a nível de reforçar essas construções”, exemplifica Carlos Sousa Oliveira ao
Ciência Hoje.
![O cientista é presidente da Comissão Organizadora da 15WCEE](http://www.cienciahoje.pt/files/54/54395.jpg)
O cientista é presidente da Comissão Organizadora da 15WCEE
O especialista em engenharia sísmica e consultor da Autoridade Nacional de Protecção Civil, é presidente da Comissão Organizadora da 15WCEE que se realiza de 24 a 28 de Setembro no Centro de Congressos de Lisboa e que vai reunir mais de três mil delegados vindos dos cinco continentes para discutir o futuro da sismologia e engenharia sísmica a nível mundial.
A 15WCEE tem
"muita importância porque junta todos os investigadores que trabalham na área da engenharia sísmica, um pouco também na sismologia e nas ciências sociais ligadas aos problemas dos terramotos. Digamos que é o fórum máximo" para discutir estas matérias, diz o investigador.
Para além dos cientistas, a conferência
"também é importante para qualquer pessoa interessada nesta matéria pois vamos mostrar quais são os problemas dos terramotos e que não estamos livres deles”, avança Carlos Sousa Oliveira.
O especialista salientou ainda que a WCEE só acontece a cada quatro anos. A última foi na China e este ano, pela primeira vez, vai realizar-se em Portugal.
"Portugal conseguiu isto porque, por lado, a conferência vinha para a Europa, por outro porque temos trabalhado bastante a nível da engenharia sísmica e finalmente temos também a nosso ‘favor’ o terramoto de 1755 que todo o mundo conhece e que foi um acontecimento que mudou as mentalidades”, refere.