Não raras vezes o interior das nossas cavidades vulcânicas possui bonitos cenários naturais. A este respeito o Algar do Carvão, será o exemplo mais expressivo nos Açores.
Trata-se de uma notável chaminé vulcânica, que ao contrário do que geralmente se verifica noutros casos não se acha completamente obstruída. Com uma cratera de 15 X 20 m termina 90 m abaixo numa lagoa de águas límpidas.
Ao infiltrar-se através das rochas e escórias, a água dissolve e é enriquecida em minerais férricos e de sílica. Ao libertar-se, precipitando-se na lagoa, deposita, nas abóbadas, nas paredes interiores e nos pavimentos os minerais sob a forma de estalactites e estalagmites de sílica amorfa de cor branca leitosa ou veios férricos avermelhados, produzindo alguns, por oxidação, depósitos de limonite. Esse facto torna distintas as duas abóbadas mais interiores: sobre a lagoa predomina a sílica e sobre o “palco” predominam os depósitos férricos. Tem sido adiantada também a hipótese das formações siliciosas estarem relacionadas com a presença de diatomáceas, que possuem sílica na sua estrutura.
É ainda possível observarem-se algumas capas de basalto que conseguem manter-se coalescentes às paredes traquíticas; formações esmaltadas de cor negra a revestirem algumas paredes ou formando lâminas pendentes; escorrências lávicas ocorridas antes da solidificação total da lava ou por mecanismos de refusão das paredes.
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