As algas do mar mediterrâneo são um dos melhores livros de história com que os cientistas já se depararam. As populações de Posidonia oceanica e os sedimentos da baía de Portlligat (Girona) permitiram determinar a data em que os seres humanos começaram a contaminar as águas com metais pesados como cobre ou arsénico. Foi há 2800 anos que a contaminação terá começado, data que coincide com o início da expansão da Grécia Antiga, e que abrange posteriormente toda a Antiguidade Clássica. A explicação está no desenvolvimento mineiro e tecnológico. O estudo está publicado no «Science of the Total Environment». Óscar Serrano, investigador do CSIC e um dos responsáveis pelo estudo, citado pelo jornal «Publico» espanhol, explicou que a poluição deve-se à existência de grandes cidades, como Tarragona, importante devido ao seu porto, ou Ampúrias. Desde aquele tempo até agora, os níveis de contaminação não pararam de aumentar. Durante a Revolução Industrial, a partir do século XVIII e no século XIX, a contaminação disparou exponencialmente. Hoje em dia, a concentração de arsénico é mil vezes superior ao nível normal e o chumbo 250 por cento superior. Os investigadores vão agora dedicar-se a estudar o impacto desta poluição na fauna que se alimenta das algas Posidonia oceanica, espécie endémica do Mediterrâneo.
Fig.1- «Posidonia oceanica» (créditos: Alberto Romeo)
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