A 'Titanoboa' media 13 metros e vivia na floresta tropical colombiana Fig. 1 - Titanoboa
Uma
equipa de paleontólogos descobriu os restos fossilizados de serpentes
de dimensões gigantescas que viveram na floresta tropical colombiana
entre há 58 e 60 milhões de anos. A Titanoboa cerrejonensis, como foi
entretanto classificada, media 13 metros de comprimento e pesava 1 135
quilos. As características das vértebras fósseis encontradas revelaram
semelhanças morfológicas com as das Boa constrictor. A descoberta faz
desta serpente a maior alguma vez identificada e é relatada pela revista
Nature. A Titanoboa ultrapassa em tudo as dimensões das serpentes
dos nossos dias. São conhecidas cobras pitão com comprimento próximas
dos dez metros e anacondas com pouco mais de sete metros, entre ambas
sendo hoje reconhecidas as maiores espécies de serpentes vivas. Dadas
as características biológicas destas serpentes, cujo metabolismo
depende muito das condições de temperatura do meio onde viviam, a
descoberta dos fósseis da Titanoboa cerrejonensis sugere que, há 58
milhões de anos, a temperatura na floresta tropical na região deveria
oscilar entre os 30 e 34 graus centígrados. Este modelo enquadra-se nas
estimativas já antes feitas para os modelos climáticos do Paleocénico, a
época na qual esta serpente viveu. Estes resultados reafirmam que
haveria diferenças de temperatura entre as regiões tropicais e as zonas
de clima temperado semelhantes às actuais. "Encontrámos uma serpente e
esta transformou-se depois num enorme termómetro", sublinha o
paleontólogo Jason Head, da Universidade de Toronto em declarações à
Nature. A descoberta localizou restos de vértebras de 28
indivíduos numa mina de carvão em Cerrejón. A localidade contribuiu para
o "baptismo" da serpente: a Boa "titânica" de Cerrejón.
Source: http://www.dn.pt/inicio/interior.aspx?content_id=1149286&page=-1 |