Desde há muito
tempo atrás o homem deixou de vez as árvores e começou a caminhar. Os
antropólogos sabem que os membros e os ossos destes hominíneos acompanharam
esta transição. Um estudo, publicado pela revista Science, analisou
as omoplatas de um fóssil de Australopithecus afarensis juvenil e
mostra que a espécie da famosa Lucy, conhecida pelo seu caminhar já erecto, mas também se sentia confortável a trepar às árvores. Lucy viveu há 3,2 milhões de anos no Leste
africano. Pensa-se que morreu adulta. Ela era capaz de caminhar com um
à-vontade que hoje só nós temos. A forma dos ossos das pernas de Lucy e pegadas
fossilizadas com 3,6 milhões de anos, que poderão pertencer também ao Australopithecus
afarensis, dão indicações de
que esta espécie seria bípede. Selam, foi encontrada na Etiópia, em 2000, e tem 3,3 milhões
de anos. É o esqueleto mais completo de sempre de um de Australopithecus afarensis. E, pela primeira vez, os cientistas conseguiram estudar uma
omoplata completa de um indivíduo desta espécie.
Green e um colega analisaram o desenvolvimento da
forma da omoplata entre este juvenil e da omoplata que se pensa que os adultos
desta espécie tinham. Compararam este desenvolvimento com o que acontece nos
chimpanzés, gorilas e na nossa espécie, concluindo que era mais parecido com os
símios. "Apesar de ser bípede como os humanos, o Australopithecus afarensis ainda era um bom trepador de árvores”,
diz Green, acrescentando que mesmo "não sendo completamente humano, estava a
caminho disso”.
Fóssil de Selam
Source: http://www.publico.pt/Ci%C3%AAncias/lucy-a-australopiteca-ainda-trepava-as-arvores-1568832 |