A memória das rochas, conhecidas como "gnaisses da Foz", é mais antiga do que a dos dinossauros. Brotaram antes das criaturas gigantescas, sobreviveram sem a atenção e preservação devida e são hoje um dos patrimónios naturais mais valiosos do Porto e da Península Ibérica. É um local de aula obrigatório para os estudantes de Geologia. Fernando Noronha, presidente do Departamento de Geologia da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, estuda há vários anos os gnaisses e garante que têm a idade mínima de 580 milhões de anos. "São valiosos e raros. Uma herança da história geológica do país. As rochas mais antigas de Portugal estão na cidade do Porto. Os gnaisses da Foz são um vestígio do nascimento euro-asiático", sublinha Fernando Noronha. Recorda a "longa batalha" pela classificação do complexo rochoso como património municipal, concedida pela autarquia em 2001. Agora, a Câmara pretende suplantar o desconhecimento e potenciar o valor turístico dos gnaisses. Também já foi apresentada uma candidatura ao Instituto de Conservação da Natureza na ambição de classificá-lo como Património Natural.
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